quinta-feira, 30 de setembro de 2010

silêncio




Quem passa debaixo da minha janela
ultimamente
não ouve nada: só o
silêncio.
Eu o guardo como um luto fechado em meu peito
amarrado com tristeza, barbante e saudade.
Aqui dentro, ele dorme como um cão
vigia.
Meu grande medo é seu sobressalto
ai de mim,
se me toma de assalto!
Quem por aqui passa não nota
o meu lento e cuidadoso movimento
só mesmo o barulho do
vento.
Não quero lembrar que eu existo.
Ultimamente só quero
silêncio.
Silêncio

*


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