domingo, 29 de agosto de 2010

Os encantos da lua




O sol exageradamente quente se despede deixando à tarde saborosa como uma fruta deliciosa num por solar lindo e brilhante,
iluminando um desejo especial e involuntário de liberdade espiritual,
enquanto eu acomodado em uma cadeira confortável estou sentado ao seu lado na varanda da nossa casa do pântano conversando sobre
histórias e lendas amedrontadoras de
terror.
O sol se foi e a lua tímida parecendo vergonhosa mostra a sua grande cara cheia e
avermelhada
olhando por de trás das árvores,
para conferir se pode entrar com suas estrelinhas e enfeitar a
noite.
As horas passam na velocidade de minutos apagando a luz solar e
acendendo a iluminação lunar,
fazendo com que as histórias de
terror
assumam um tom obscuro e verdadeiro,
no qual causa calafrios e arrepios levando a uma sensação de não estar
sozinho e o medo aproveita a situação para abraçar a gente.
Eu olho para você e a vejo olhando para mim com os
olhos arregalados
no momento em que conto a parte mais assustadora da
história, onde um
lobisomem surge da escuridão,
dominado pela sensualidade lunar que dominou seu coração e sua mente.
- Você não reparou que estou ficando com medo!
Foi nesse momento, por volta da meia noite que escutamos:
AAAaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuUUUUUUUUUUUUUUuuuuuuuuuuu!
O que será isso?
E ouvimos novamente:
Auuu! Auuu! AAAuuuuuUUUUUUUUUUUUuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
Deve ser os lobos!
Vem doidinha!
Vamos ver de perto.
Saímos rapidamente da varanda, rodeamos
o lago da cachoeira,
subimos na grande pedra do amor e entramos na mata escura.
A vegetação estava muito fechada, então resolvemos dar a volta e seguir pelo pomar entre as árvores de frutas.
Você seguia agarradinha em mim,
parecia estar com medo e me apertava com força. -
Aí doidinha! Você está me machucando.
Faz silêncio que os lobos devem estar pertinho. Eu vou subir na árvore para olhar melhor. Ajuda-me a subir.
Subi, mas ainda não estou vendo.
Vou subir mais alto!
De repente o galho quebra e um barulho enorme na mata de alguém caindo. Clashhhboommm!
Caí no meio do mato e escutei você perguntar:
- Você se machucou doidinho?
– Não! O lobo me derrubou da árvore.
- Derrubou nada!
Eu vou subir e olhar. Fica aí.
Você subiu, olhou para todos os lados e nada de ver os
lobos,
então começou a jogar goiabinhas em mim no escuro.
- Doida! Se você não parar de jogar goiabas em mim,
vou subir aí e te derrubar.
Você não parou e eu subi na goiabeira, mas a esperta desceu pelo galho falando:
- Chega! Vamos embora.
- Agora que a lua está me transformando em lobo.
Meus braços estão ficando peludos, minhas mãos estão virando garras. AAAuuuuuuuuUUUUUUUuuuuuuuu!
- Não brinca assim! Eu tenho medo.
- Então corre!
Eu pulo da árvore e você corre.
Vejo você correr e corro atrás, no momento em que você para sobre a
grande pedra,
eu salto te agarrando e caímos nas águas da cachoeira.
Catchbooooommmmmm!
Blololololo e subimos à tona.
- Seu doido!
Estou vendo que você está sobre os efeitos da lua mesmo.
- Vamos minha lua doidinha,
que eu realmente estou sobre o efeito lunar e chegou a hora da lua brilhar
poderosa e bela com a luz de seus olhinhos,
me encantando,
dominando e no final vendo
estrelinhas brilhantes.
Você é linda e especial doidinha! A grande lua do pântano.



Zip...Zip...Zip...ZzipperR

zummmmmmmm

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

eu




Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


*

Florbela Espanca

terça-feira, 24 de agosto de 2010

vestitristeza


*
Visto durante muito tempo
uma tristeza extremamente dolorosa..
Ela tem gosto amargo...
cheiro de solidão...
e forma de desilusões...
Minha tristeza é dor e é pedaços rasgados de ilusões não reais...
Esqueço de ouvir minhas estrelas...
Esqueço de cantar com passaros...
tenho esquecido de viver um
sorriso alegre
esqueço de olhar para o céu contemplando uma lua prateada de
amor
feita de oportunidades...
Essa roupa feita sob medida,
me deixa cega...
e aprisiona minha alma...
Ela é como um uniforme, desses que se usa em colégios...
Sempre da mesma cor,
e sempre tem mais um pra quando precisar...
tirar o outro..
Minha tristeza tem várias faces...v
árias duvidas...
várias fórmulas...
E todas levam sempre ao mesmo resultado...
Lágrimas
descendo feito mar num rosto recheado de ondas...
Elas destroem minhas certezas de tentar!
visto muito tempo...Essa tristeza...
Sempre com a mesma dúvida:
Quando terei coragem em desfazer destas peças?
*

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

cansada



Quando você tiver cansada
Se sentindo pequena
Quando houver lágrimas nos teus olhos
Eu irei exugar todas elas
Eu estou do teu lado
Quando o tempo se tornar rude
E os amigos não puderem ser encontrados
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Quando você estiver pra baixo
Quando você estiver na rua
Quando o anoitecer vier tão forte
Eu irei confortar você
Eu ficarei ao teu lado
Quando a escuridão chegar
E o sofrimento estiver ao redor
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Navegue, Garota prateada
Navegue
Sua vez chegou, para brilhar
Todos teus sonhos estão a caminho
Veja como eles brilham
Se você precisar de um amigo
Eu estarei navegando ao teu lado
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei confortar tua mente
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei confortar tua mente


**



sonhar



**
Sonhar com o rosto que não conheço...
Desejar bater coração com coração
num mesmo compasso, na mesma emoção.
Estar ao lado e sentir o seu calor...
Enxergar o mundo através do seu olhar
e rir da vida sorrindo o seu sorriso.
Embalar os seus sonhos em minhas mãos
e pelas minhas mãos, levá-lo a caminhar.
Deitar em meu colo a sua cabeça,
enroscar os seus cabelos e fazê-lo sonhar....
Então, dar-lhe um longo e terno beijo,
e, neste momento, parar o tempo
pra nunca mais ter que acordar...
**

domingo, 22 de agosto de 2010

um dia conheci a felicidade

*
Um dia conheci a felicidade.
Aquela que todos falam.
Sem limites, única e verdadeira.
O sentimento que deixava em mim, a forma como me fazia sentir…
tudo era perfeito.
Ninguém me podia derrotar, ninguém me conseguia vencer.
Todos os meus olhares se dirigiam no sentido do que eu mais queria,
e lutava com uma força e destreza
sobrenaturais.
Era a menina mais sorridente, mas também a menina mais rebelde.
Enquanto criança,
todas as coisas se assimilavam fáceis.
Agora, sei que não é assim.
Mas…
eu era realmente feliz.
*

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

cores da vida

*
A vida é uma ação em
rabiscos
e entre tantos riscos
espontâneos estão os mistérios da
cor no amor,
do som no coração e do olhar ...
Olhares em vários tons pincelados pelos
momentos que as deixa meiga,
triste,
zangada,
apaixonada,
feliz e radiante de satisfação.

*

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

aiaiaiai



*
Estas linhas que hoje escrevo
São do livro da memória
Do que eu sinto por ti
Quando os meus olhos te tocaram
Eu senti que encontrara
A outra metade de mim
Tive medo de acordar
Como se vivesse um sonho
Que não pensei em realizar
E a força do desejo
Faz-me chegar perto de ti
Quando eu te falei em
Amor
Aiaiai..
. Tu sorriste para mim
E o mundo ficou bem melhor
Nós sentimos os dois
Que o amanhã vem depois
E não no fim

*

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quem sou eu ?


*
Gostar do silêncio é uma excentricidade.
Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações, muitas desnecessárias, outras impossíveis..
O normal é ser atualizada, produtiva e bem-informada.
Ficar sossegada é perigoso: pode parecer doença.
Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.
Estar sozinha é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja.
Mulher se está só, em mente preconceituosa é sempre porque está abandonada: ninguém a quer.
O silêncio assusta por retumbar no vazio dentro de nós.
Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam ...
Quem afinal sou eu?
Quais desejos e medos, projetos e sonhos?.
Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona desconcerto nosso.

Com medo de ver quem sou ?.
Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:
- Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para volta mais inteiro ao convívio, às tantas fases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva , e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da musica de todos os sentimentos.
Silêncio...
**

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

apenas um livro com letras douradas



*
A mão aberta e espalmada acariciava mais uma vez aquele dorso,
aquele tronco,
aquela pele anunciada em letras douradas.
Esperta e com capas abertas como um
pára-quedas para amortecer a própria.
Mas a mão do leitor de nada quis saber e enfiou-a,
arquivando-a como que para sempre na estante.
-Que petulância, que despautério!
– pensava a mulher -livro.
Depois que o tal leitor havia gozado,
graças ao seu corpo e conteúdo,
numa relação de alguns dias,
já que o leitor era um tanto lento,
e considerando que,
seu conteúdo era um tanto farto,
resultando assim em uma semana de romance interno e externo.
Estando assim satisfeito, lhe dava as costas,
como algo vencido e superado em sua medíocre vida de leitor faminto.
Mais um, mais uma, e partia para a outra prateleira
usufruir de mais um corpo, para se deleitar de outra ostra literária.
- Não se abram, não se deixem levar, não se entreguem!
– exclama a mulher livro
ao ver-se sendo descaradamente,
trocada por outra, ou por outro.
– Quanta promiscuidade!
Mesmo em meio à multidão da estante,
sentia-se só e pensava lá com suas páginas.
Um dia ele quis me levar para sua casa, sem poder impedir, fui.
Sei que, o que o atraiu foi minha capa,
é a primeira coisa que atrai alguém,
em segundo lugar foi o título
- Incrível como os ditos seres humanos ainda se prendem tanto,
e agem tanto,
movidos por títulos!
Chegando em seu lar, ele me desnudava,
me acariciava página a página com suas mãos de pianista,
tocando-me como um instrumento raro.
Conheceu-me totalmente por dentro, primeiro desfrutando de minha
contra-capa,
degustando minha introdução,
deliciando-se com minhas linhas e entrelinhas,
devorando-me em capítulos,
fartando-se com brilho nos olhos a cada revelação,
depois chegou comigo ao prazer final,
salivando com tal ambrosia literária,
com olhar malicioso e saciado.
Não me abriria mais com suas mãos,
não colocaria mais seu marcador de couro dentro de mim,
dividindo-me em partes.
Então segurou-me fechada,
assim descansei um bocado de tempo,
quase adormecendo em repouso sobre seu
sexo intumescido.
Doce ilusão momentânea,
não me abriu mais,
não me tocou,
apenas arquivou-me como tantas outras,
como tantos outros.
Sendo assim, seria tudo ou nada,
atirei-me quando ele passava,
com reflexo ligeiro,
este me amparou com palma macia,
não resistiu,
abriu-me,
vociferou uma de minhas partes mais prazerosas,
não resistindo,
manteve-me aberta,
a devorar-me novamente.
Assim, levou-me novamente para sua cama, sorrindo.
Era só isso que eu queria, mais uma vez.
Havia valido a pena esperar,
já havia se passado anos ,
até atirar-me a sua frente após decidir o arriscado suicídio com
final feliz.
– A volta da mulher- livro.
Não sabia quanto duraria,
mas quem sabe?
Poderia tornar-se seu livro de cabeceira definitivo,
e deitado sobre o criado-mudo
e sob o despertador calado,
eterno triângulo amoroso adormecido ao lado do amado ...


**


domingo, 1 de agosto de 2010

anjo da morte


*
Entre tantas pessoas ela vivia sozinha,
isolado da vida,
das pessoas e do amor,
se escondendo em um quarto escuro e abandonado,
fugindo de uma luta interna onde teria que se enfrentar com medo de ser
derrotada.
Girando em sua cabeça havia um anjo,
não sei se era criação da sua própria mente ou
Deus
mandou alguém em seu socorro.
O anjo brilhava com uma luz pacificadora
prateada iluminando seu cantinho.
O quarto úmido gelava seu corpo,
que tremia desejando vitaminas malditas,
alucinantes da escuridão,
que a levavam mais e mais para o fundo,
onde a luz partiu desprezando seus sentidos,
confundindo seus sentimentos,
vontades e raciocínio,
com golpes que a faziam rolar no chão.
O anjo prateado não a abandonava
mesmo nos momentos em que ela fugia se
esquivando da luz
e permanecendo rolando no chão conflitando consigo mesmo,
abandonando seus amigos e se entregando aos
pesadelos,
pois já não conseguia mais sonhar,
ela foi abandonada pelo sonho.
Numa luta entre o bem e o mal uma visão anestesia seus pesadelos,
um flash prateado invade seus olhos fechados lutando contra o
lado escuro da vida,
deixando-a encurralada em um beco escuro,
incapaz de reagir,
envolvida e nocauteada pelo mal.
Sem luz a vida é derrotada pela morte,
seu corpo não reage e ela implora para morrer,
segura apenas pela luz prateada de um anjo lutador
aliviando a sua dor e seus conflitos.
Uma visão prateada de um anjo que invadiu
o seu inconsciente,
no subconsciente da alma pedindo
silêncio e equilíbrio
na escuridão dos olhos e
da vontade valente de vencer uma luta entre
o ser e o não ser,
virando as costas para a vida.
A morte e o anjo lutando pelo grande troféu.
A morte usando seus golpes alucinantes e depressivos,
apagando a luz da vida
e jogando-a em um labirinto,
insistindo em sua desistência e entrega da alma.
O anjo segurando sua vida com um raio prateado de luz injetando uma
poção de amor,
que a mantém viva e lutando.
Depois de muita luta o anjo penetra em sua mente
doente, levando uma visão doce de paz.
Uma brisa suave em sua mente quase
derrotada que começa a reagir lentamente,
chamando-a de volta à vida,
às belezas do mundo iluminado pelo amor a si mesma.
Oferecendo-lhe a mão,
o anjo prateado entrega-lhe o grande
troféu.
Sua vida que ela conquistara de volta,
sendo uma grande lutadora com a ajuda do anjo prateado do
amor,
que é uma ponte aliciadora do
amor,
da vida e uma luz divina.
Luta lutadora!
Luta a favor do amor
e da vida levando
luz e amor
como consolo e paz para outros que também se
perderam na escuridão
e precisam de alguém para segurar
as suas vidas
com sua paz iluminada, levando flashes de
amor
às suas almas perdidas e desnorteadas em alucinantes mortais.
A luta continua incessante pela vida mesmo perdendo algumas
batalhas vencidas pela escuridão,
levando a vida embora e enquanto tiver uma gota de
esperança,
terá um anjo prateado procurando uma maneira de levar
luz à alma
e injetar amor no coração para trazê-la de volta à vida,
mas para isso você precisa ser um lutadora
e nunca se entregar atravessando a fronteira da vida para a
morte.
.
*