sexta-feira, 15 de agosto de 2008



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Não entenderás nunca os motivos que me fizeram atravessar
A grande noite, a fria noite e a tua indiferença
Vim porque a minha hora estava se tornando longa demais
E o frio já me gelava
Vim porque o escuro estava pesando sobre os meus olhos
E o meu ser estava encolhido, longe da morte e da vida
Longe de tudo!
Vim porque não podia, porque era um condenado
Porque precisava de ti
Vim porque me prometeste um dia o sossego
e eu acreditei nas tuas palavras
Vim porque não podia mais!
Sei porém que és pior do que o escuro e o frio
Sei que és mais terrível do que a solidão
Sei que és o meu próprio vazio
E que o teu mundo não é o meu
Sei o que pensaste quando me viste entrar
Eras a minha ilusão final
Hoje nem mais meu desespero tu és
Minhas palavras te são indiferentes
Eu te sou indiferente
Mas antes de partir quero te dizer adeus!
Quero demorar-me sobre o teu túmulo porque é o meu túmulo
Quero chorar sobre o teu corpo porque é meu corpo
Quero demorar-me um minuto ao teu lado
Minha sombra, meu engano e minha dor.

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August Friedrich Schmidt

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presente d/Purpura do cais
http://www.nabraazul.blogspot.com/

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