sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

abraça-me bem


Levantas o teu corpo cansado do
chão.
Afasta esse peso que te esmaga o
coração.
Abres uma janela e pergunta-te quem és.
Respiras mais fundo e enfrentas o
mundo de pé.
Eu venho de tão longe e procuro
há mil anos por ti.
Estendo a minha mão até te
sentir.
Não sabemos nada do que somos nós.
Mas sabemos tanto do que muda por não
estarmos sós.
Levantas os teus olhos para me
olhar assim.
Procuras cá dentro onde me escondi.
E eu tenho medo, confesso, de dar.
O mundo onde guardo tudo o que mais quis
salvar.
Tu dizes que não há outra forma de
ficarmos perto.
Não há como saber se o caminho é o
certo.
Só pode voar quem arriscar
cair.
Só se pode dar quem arriscar
sentir.

*

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