domingo, 15 de fevereiro de 2009

seu nome


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Quando essa boca disser o seu nome venha voando
Mesmo que boca só diga o seu nome de vez em quando
Quando essa boca disser o seu nome venha voando
Mesmo que boca só diga o seu nome de vez em quando
Posso enxergar no seu rosto um dia tão claro e luminoso
Quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso
Do amor
Quero que você me dê o que tiver de bom pra dar
Ficar junto de você é como ouvir o som do mar
Se você não vem me amar é maré cheia, amor
Ter você é ver o sol deitado na areia
Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo cuidado
Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo cuidado
Não traga a tempestade depois que o sol se pôr
Nem venha com piedade porque piedade não é amor

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quem é você



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Quem é você
Que entra em todos os sonhos meus
Quem é você
Que invade dessa forma os meus desejos
Como se fossem seus
Quem é você
Que entra em mim desse jeito
Sem se importar
Se ao menos eu lhe dou esse direito
Quem é você
Que me confunde quando me possui
Quem é você
Que no seu corpo me transporta
Para lugares onde eu nunca fui
Quem é você
Que me transforma quando toca em mim
Quem é você
Que conseguiu me dominar assim
Quem é você
Que se apossou dos meus sentidos
E os meus defeitos mais antigos
Tirou de mim sem eu sentir
Quem é você
Que me amou sem que eu pedisse
Fazendo até com que eu te amasse
Sem nem saber quem é você...

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

o meu caminho



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A noite vem às vezes tão perdida
e quase nada parece bater certo
há qualquer coisa em nos inquieta e ferida
e tudo que era fundo fica perto
nem sempre o chão da alma é seguro
nem sempre o tempo cura qualquer dor
e o sabor a fim do mar que vem do escuro
é tantas vezes o que resta do calor
se eu fosse a tua pele
se tu fosses o meu caminho
se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho
trocamos as palavras mais escondidas
e só a noite arranca sem doer
seremos cúmplices o resto da vida
ou talvez só até amanhecer
fica tão fácil entregar a alma
a quem nos traga um sopro do deserto
olhar onde a distância nunca acalma
esperando o que vier de peito aberto.

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vou procurar essa luz



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Feitos de chão, de chuva e sonho
Fora do tempo
Despedaçado o que fica de nós
Nas batalhas sentidas cá dentro
Por isso é que eu sigo esse brilho de noite
Que é estrela ou chama
Olhar ou mar
E vou procurar essa luz
Mas só quero lá chegar contigo
Feitos de tempo em mil pedaços
De escuro e luar
Há uma noite que é escolhida pra ser
Essa noite que se há-de guardar
Por isso é que eu sigo esse brilho ou calor
Que é estrela ou chama
Ou tu em mim
E vou pra poder descobrir
Quem é que ainda sou contigo
Dispo o cansaço e recomeço
Mais uma vez
Há um sorriso que nos salva do frio
E recolhe o que a vida desfez
Se me desarmo noutro feitiço
Num outro olhar
Há um abrigo que não deixa morrer
Quem nós somos e o que temos pra dar
Por isso é que eu sigo esse brilho da noite
Que és tu em mim
Ou quem fui
E vou pra poder descobrir
Quem é que ainda sou contigo

**

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Por te amar demais...


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Eu já sei
Sei que vai ligar
Querendo me encontrar
Mas sei que vou estar aqui
Você fez
Meu coração chorar
Se foi sem avisar
Nem deu valor, no que eu senti
Cuidado que o que se faz se paga aqui
O nosso amor não vai ficar assim
Se for sonhar
Se for querer
Se apaixonar e alguém magoar você
Se for chorar
Se for sofrer
Vai se lembrar que eu amo você
Se for sonhar
Se for querer
Se apaixonar e alguém magoar você
Se for chorar
Se for sofrer
Vai se lembrar que eu amo você
Te perdôo outra vez
Esqueço tudo o que me fez
Por amor, por te amar demais
Pois quem ama fica assim
E o amor está em mim
Vem trazer de volta a minha paz...

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

silenciosa



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Aqui sentada, permaneço.
No inverso do mundo, no abrigo das coisas perdidas.
Não me sinto perdida, mas sei que vivo em perdição,
bebendo o tempo, segundo a segundo, num copo feito de eternidade,
saboreando a falta de oxigênio neste lugar paralelo e
assimétrico a todos os outros...

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

nem sou santa


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Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante...
Fico com aqueles que fazem de mim uma louca e uma santa.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dívidas e angústias e aguentem o
que há de pior em mim...
Para isso que sou louca!
Louca que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos,
para que nunca tenham pressa...
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