segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

quero ser forte




Quando encontro a fraqueza, quero que se torne forte. Quando encontro a tristeza, quero que se torne alegre. Quando encontro a agressão, quero que se torne amor.
Tenho encontrado tudo isto nas pessoas. E fico pensando que sería tão fácil vencerem seu estado negativo. Mas não querem. Preferem a ausência, a omissão, o esconderijo... e não a presença, a luta, a garra.
Choro... seguidamente. Quem não o faz?
Sinto-me triste... quem não se sente?
Sou agredida... quem não o é?
Busco o amor... quem não o busca?
Mas não consigo entender o porquê deixam de perceber que, se sentimos assim, é porque existe o outro lado:
Dou risadas... quem não o dá?
Sinto-me alegre... quem não se sente?
Sou acarinhada... quem não o é?
Encontro o amor... quem não o encontra?
Se não encontrássemos este lado positivo, não saberíamos que ele existe. E se o encontramos, devemos lutar para buscá-lo e mantê-lo.
Não aceito a derrota... de ninguém. Aceito uma luta demorada... uma luta na qual, muitas vezes, pensamos que perdemos a força. Mas não aceito o "dar às costas à batalha, para não ter que lutar".
Deixo esta mensagem para uma pessoa muito especial
que esta entrando em minha vida....

flores de Dayenne




A vaidade, dayanne, nesta vida
azul, que de manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:
Mas ser planta, ser rosa, ser nau vistos
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa.....


olha que lindeza de quadro...
(http://fotolog.terra.com.br/coreforma)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

bruxas






As bruxas bailam para a lua nua,
porque é nua que a lua faz feitiço...
Feiticeiras do amor andam na rua
e são musas pegando no serviço...
Condená-las por quê? Fazem magia?
São as bruxas do bem, da natureza..
Da tristeza fazem alegria
procurando outras formas de beleza.
Parecem livres, mostram-se felizes,
têm sagrado direito de mentir.
As suas roupas mudam de matizes,
pois não sabem o dia que de vir.
Bruxas do bem, também bruxas da paz,
porque propõem amor... Quem as condena
não sabe nunca o que destino faz...
Quem delas só precisa... é que dá pena!

gaivota





Numa praia, havia uma porção de gaivotas em busca de seu alimento enquanto apenas uma, sozinha, tentava voar de maneira diferente das outras, de uma forma muito especial mas não conseguia, caia. Só que nunca desistia! Tentava voar cada vez melhor!

Quando finalmente conseguiu, descobriu o quanto se amava e o real sentido de viver!

Descobriu que podia aprender a voar, ser livre!

Agora o importante não era receber elogios por sua vitória, queria apenas partilhar com seus amigos o que havia descoberto. Mas eles só lembravam de comer os restos deixados pelos pescadores, migalhas de pão e peixes velhos - pela metade.

Assim não deram importância ao amigo Fernão Capelo Gaivota, que por sua insistência em fazê-los o ouvir acabou por ser excluído do grupo, tendo que viver sozinho em um lugar muito distante.

Mas nem isso fazia Fernão ser triste. O que o entristecia era ver que seus amigos não queriam aprender a voar, aprender a ser feliz, aprender a pegar peixes frescos em cada mergulho magnífico que podiam dar.

Descobriu que o medo e o tédio são as razões porque a vida de uma gaivota é tão curta, e sem isso a perturbar-lhe viveu de fato uma vida longa e feliz.

Quando foi para uma terra longínqua conheceu Henrique que lhe ensinou muitas coisas! Porém seu mestre Henrique foi embora, coube então a Fernão Capelo Gaivota a missão de ensinar as novas gaivotas como voar.

Foi no momento em que estas gaivotas pequenas ficaram um pouco maiores, que ele percebeu que já haviam aprendido o necessário e que podiam continuar sozinhas. Então, mesmo ainda sem permissão resolveu voltar para a sua terra, tentando finalmente mostrar a felicidade de voar a seus antigos amigos.

Queria poder ensinar que o paraíso não é em um lugar nem em um tempo determinado , que o paraíso é perfeito, que está ao alcance de todos. É que basta querer que todos podem ir a qualquer lugar a qualquer momento.

Realizando os vôos que aprendera, voltou próximo a sua terra. Contudo o mais velho do grupo impediu que os demais falassem ou mesmo olhassem para Fernão. Todavia ao perceberam os seus movimentos e lembrando da antiga amizade, foram se aproximando desejando aprender a voar também.

- Pode me ensinar a voar como você? - Perguntou um deles.

- Claro. - Disse Fernão.

E começou a ensinar que o corpo é o nosso pensamento numa forma que podemos visualizar. Então para voar, basta querer! Ensinou tudo o que tinha aprendido com seu mestre amigo Henrique e mais o que aprendera sozinho ensinando as gaivotas mais novas.

- Deu certo! - Gritou uma gaivota ao conseguir voar livremente.

- Dá sempre certo quando sabemos o que estamos fazendo. - Respondeu Fernão. Assim foram passando os dias e ensinando a mais e mais gaivotas. Todas aprendiam! Umas mais devagar, outras mais rápidas, mas todas quando queriam aprendiam.

Quando novamente Fernão Capelo Gaivota percebeu que estava na hora de crescerem sozinhas, partiu para outra terra longínqua a fim de divulgar ainda mais seus movimentos. E assim foi ensinando a quem quisesse ser feliz. Seus discípulos mais tarde fizeram o mesmo, ensinando outras novas gaivotas ....

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

vôe alto




A águia é um animal solitário, naõ vive em bandos.
Em um certo momento de sua vida, consiste em voar para o alto de uma
montanha e se recolher em um ninho, onde ela não necessite voar. Então,
após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma
parede até conseguir arrancá-lo, sem contar a dor que terá que
suportar.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois
arrancar suas velhas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela
passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o
famoso vôo de renovação.
Em nossa vida, muitas vezes temos de nos resguardar por algum tempo e
começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo
de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, e outras
tradições que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado
valioso que uma renovação sempre traz.
Renova-te e vôe alto!!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

voar




As mulheres voam
como os anjos
Com as suas asas feitas
de cristal de rocha da memória
Disponíveis
para voar
soltas...
Primeiro
lentamente uma por uma
Depois,
iguais aos pássaros
fundas...
Nadando,
juntas
Secreta a rasar o
chão
a rasar a fenda
da lua
no menstruo
por entre a fenda das pernas
Às vezes é o aço
que se prende
na luz
A dobrarmos o espaço?
Bruxas
pomos asas em vassouras
de vento
E voamos
Como as asas
lhe cresciam nas coxas
diziam dela
que era um anjo do mar
Rondo alto,
postas em nudez de ombros
e pernas
perseguindo,
pelos espaços,
lunares
da menstruação
e corpo desavindo
Não somos violência
mas o vôo
quando nadamos
de costas pelo vento
até à foz do tempo
no oceano denso
da nossa própria voz
Sabemos distinguir
a dormir
os anjos das rosas voadoras
pelo tacto?
Somos os anjos
do destino
com a alma
pelo avesso
do útero
Voamos a lua
menstruadas
Os homens gritam
- são as bruxas
As mulheres pensam
- são os anjo

As crianças dizem
- são as fadas
Fadas?
filigrama cintilante
de asas volteando
no fundo da vagina
Nadamos?
De costas,
no espaço deste século
Mudar o rumo
e as pernas mais ao
fundo
portas por trás
dobradas pelos rins
Abrindo o ar
com o corpo num só golpe
Soltas,
viando
até chegar ao fim
Dizem-nos
que nos limitemos ao espaço
Mas nós voamos
também
debaixo de água
Nós somos os anjos
deste tempo
Astronautas,
voando na memória
nas galáxias do vento...
Temos um pacto
com aquilo que
voa
- as aves
da poesia
- os anjos
do sexo
- o orgasmo
dos sonhos
Não há nada
que a nossa voz não abra
Nós somos as bruxas da palavra

sábado, 1 de dezembro de 2007

flores..mulher....




Nasci mulher, sou feliz por isso.
Num dia lindo! Nem frio nem calor;
Natureza em festa, primavera ia chegar!
Nas matas, nos jardins esperava-se a estação do amor.
Clima ameno, céu limpo, muito azul!
Pássaros em revoada passavam a cantar,
Preparando-se: primavera ia chegar...
Logo, botões se abririam num breve despertar.
Nasci mulher, amei, fui amada.
Como as flores na primavera, germinei, floresci.
Um belo cravo e três rosas perfumadas;
Quatro flores lindas em meus braços acolhi.
Fui tão feliz com minhas flores, a quem
Dediquei minha vida, que esqueci de notar;
Quando nasci, era quase primavera, agora,
Chegando meu outono, quase esqueci de sonhar